sábado, 3 de março de 2007

Visita cordial do Arcebispo Dom João Braz de Aviz

A Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Lago Sul de Brasília, viveu momentos de alegria, de cordialidade e de profunda reflexão com a visita espontânea que lhe proporcionou o Arcebispo Metropolitano de Brasília, Dom João Braz de Aviz, em 3 de março, último sábado, quando presidiu a celebração da missa de 18 horas, concelebrada pelo Pe. Abdon Guimarães, pároco, Pe. Júlio Negrizollo e Pe. João.
Delicadamente, o nosso arcebispo apresentou-se como convidado espontâneo, oferecendo-se para a celebração da Eucaristia no 2º domingo da Quaresma, guiado pela saudade de rever os paroquianos de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Em sua preciosa homilia de quinze minutos, Dom João de Aviz reportou-se inicialmente à orientação do Santo Padre Bento XVI, contida na citação de São João: “Hão de olhar para Aquele que transpassaram” (Jo, 19,37). Trata-se, na verdade, de um convite objetivo para todos nós: fixar o nosso olhar no Cristo crucificado. Ou seja, vivenciar a experiência de amor profundo de Deus por nós. São argumentos poderosos que nos convencem pela força do seu amor. Foi lembrado que o Papa Bento XVI tem desenvolvido importante esforço no sentido de nos mostrar que o amor humano, em que se busca estar próximo da pessoa amada, não se contrapõe ao amor divino, de autêntica doação: Deus nos ama com o amor que é ágape (doação) e com o amor que é eros (estar junto do amado). A Quaresma deve ser para nós o momento de reflexão para o grande jogo de amor com Deus. É importante e bom nos reconhecermos pecadores e saber que Deus nos ama tanto que nos transforma, nos converte. Nesse sentido, o jejum, a abstinência, a esmola, a oração mais prolongada, o amor fraterno – todos são instrumentos preciosos da quaresma para nos fortalecer e ajudar na nossa renovação.
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Refletindo sobre a primeira leitura, do Livro do Gênesis (Gn 15, 5-12. 17-18), enalteceu Dom João de Aviz a figura extraordinária de Abrão, que vive da fé: vê-se a promessa de Deus na Aliança, com a entrega da terra por herança (braseiro e fogo como sinal da aliança) e a descendência numerosa. Foi assinalada a experiência de fé de Abrão como modelo para todos nós.
Na segunda leitura, da carta de São Paulo aos Filipenses (Fl 3, 17- 4, 1), nos é mostrado que não podemos nos comportar como “inimigos da cruz de Cristo”. É preciso nos mantermos na perseverança e na fé. Lembrou-nos Dom João de Aviz que os apóstolos, naquelas circunstâncias, iam passar por grande provação: eles iriam duvidar de Jesus e até mesmo renegá-lo. Jesus fez a escolha de três para ir à montanha – Pedro, João e Tiago –, a fim de mostrar-lhes a sua identidade divina. Deu-se então a conversa com Moisés e Elias. Na transfiguração, foi antecipado o momento crucial da paixão e morte de Jesus. É preciso deixar Deus trabalhar em nós, pois Ele sempre nos conduzirá para lugar seguro. Em síntese, feita a experiência de Deus (conversão para Deus) é importante que façamos a experiência com o irmão, isto é: precisamos trilhar um relacionamento novo, de fraternidade e partilha, serviço, amor.
Completando a reflexão, Dom João de Aviz referiu-se à Campanha da Fraternidade deste ano, especificamente voltada para a Amazônia: 23 milhões de pessoas, 163 povos indígenas com cerca de 208 mil índios. Cabe olhar com atenção para a realidade da região e, nesse sentido, devemos rezar pela Amazônia e apoiar o gesto concreto de ir até lá, o que se efetivará simbolicamente por grupo especial de 10 pessoas que sairão de Brasília até Roraima, devendo percorrer 300 km de rio, visitando cerca de 30 lugares, alguns distantes e isolados. Essa missão especial contará com a assistência de dois padres e presença diversificada de pessoas, inclusive mulher e jovem.
Concluindo, o arcebispo Metropolitano de Brasília, agradecendo pela acolhida, manifestou o desejo de que seja formado um só coração e que Deus abençoe a Quaresma e essa missão.

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